segunda-feira, 29 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Amy Sol



http://amysol.com/

Trabalho da artista Amy Sol: “The Apple and the String”. De uma delicadeza que me encantou! :)

Gostaria de sair voando com esse ursinho. Fofo demais! :)))

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Livro do Amante

O SEXTO LIVRO

O LIVRO DO AMANTE

Pescoço
Este é um livro e um corpo
Que é tão tépido ao toque
Meu toque.

Peito
Eu pressionei este livro em meus olhos
Na minha testa, nas minhas bochechas,
Eu mantive este livro aberto sobre minha barriga.
Eu me sentei sorrindo sobre este livro
Até que minha carne se amalgamou nas suas capas.
Eu me sentei gargalhando neste livro até que umedeci
Suas capas com meu corpo.
Eu envolvi este livro em minhas pernas.
Eu me ajoelhei sobre este livro até meus joelhos sangrarem.

Barriga e Coxas
Este livro e eu nos tornamos indivisíveis
Eu coloquei meus pés nas últimas páginas deste livro,
Confiante em estar tão mais alto no mundo
Como eu nunca estive antes.
Possa eu manter este livro para sempre
Possa este livro e este corpo sobreviverem ao meu amor.
Possa este corpo e este livro me amarem tanto quanto
Eu amo sua extensão, sua gramatura, sua solidez, seu texto
Sua pele, suas letras, sua pontuação, suas quietas
E suas ruidosas páginas.
Suas delícias sôfregas.
Livro, corpo – eu amo você.

Costas
Ele respira gentilmente na sua primeira página.
Ele respira mais fundo conforme as páginas viram.
Quando o ritmo de leitura é obtido
As palavras ganham uma velocidade urrada
E as páginas correm.
Eu corri com essas páginas.
Ao seu final há um suspiro e o livro
Fecha-se em contentamento.
O leitor, de bom grado, começa de novo.

Nádegas
Corpo e livro estão abertos.
Face e página.
Corpo e página.
Sangue e tinta.
Ponta dos dedos, debrum do rebordo.
A superfície do limite de cada página é tão macia
As marcas d’água são como veias fluidas.
As páginas são tão harmoniosas na sua proporção
Que desarmonia em seu conteúdo é impossível


Poema retirado de: O Livro de Cabeceira de Peter Greenway.
Todo conteúdo em:
http://www.cfh.ufsc.br/~dich/TextoCaderno75.pdf.



Dedico-o ao meu amor-hatanê! ;)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vem chegando a primavera...

Acorda, acorda!
Vem ser minha amiga,
Borboleta que dorme!

Bashô

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Hurt
Composição: Trent Reznor

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

Chorus:
What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

Chorus:
What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt
If I could start again

A million miles away
I would keep myself
I would find a way


Link


- Primeiro, eu ouvi a versão de Johnny Cash, depois eu descobri que era do cara do NIN a versão original.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando

(paulo leminski)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008


Diálogo entre Promethea e Jack Faust:

Jack Faust: ... Ela devia se livrar de todas as idéias mundanas antes de poder entrar nua no submundo.

Promethea: Porque todo esse simbolismo etéreo se você só quer que eu tire a roupa?

Jack Faust: O mesmo se aplica a qualquer submundo, qualquer grande mistério, seja a magia... ou o sexo.

Promethea: O que devo tirar primeiro?

J.F.: Hmmm. As suas sandálias talvez. E só o simbolismo da magia da significado as coisas. Você em especial já deveria saber disso. Podemos fazer amor entre os deuses, ou transar num colchão sujo. A escolha é nossa. E, por acaso, as sandálias são uma das armas mágicas da esfera lunar da imaginação... Ou seja, a imaginação é como as sandálias nos pés. Ela nos propele em nosso caminho pessoal...

P.: Sim, faz sentido. E tanto nossos pés quanto a nossa imaginação podem nos levar a situações muito estranhas. Mas enfim... Agora o que? (...)

J.F.: A... A saia é a arma mágica da sétima esfera, a esfera de Vênus. A esfera da emoção, do amor e de... Ah. Meu Deus.

P.: Deus, sr. Faust?

J.F.: Sim. Ou, ao menos, Deus visto como mulher, o princípio feminino mais exaltado. Seu símbolo é o receptáculo sagrado. O receptáculo entre as pernas da mulher é o aspecto mais elevado da taça. O cálice. O graal da compaixão divina. Ele acolhe. Ele recebe. O santo graal é feminino. Lembre-se disso. Ele é a essência feminina.

P.: Sim, o santo graal. Ahh. Então é isso o que todos aqueles cavaleiros medievais tanto buscavam em suas cruzadas...?

J.F.: ... Com suas lanças erguidas. Sim. É muito obvio, se você pensar bem. Mas quem pode culpá-los? Esse cálice sagrado... Cheio com o vinho das estrelas. Feito com as melhores uvas da alma humana.

P.: E era só isso o que aqueles heróis buscavam? Um gole do cálice da compaixão para acalmar suas almas sedentas? Eles buscavam o feminino?

J.F.: Sim... Eles queriam se saciar com o feminino. Se afogar nele. Talvez até se transformar nele. Todos os guerreiros. Todos os magos. Todos os homens.

P.: Ah. Então se deleite homem. Mate a sua sede... Agora, vamos ver... Ah... Quais mistérios o homem esconde... Ah... Sob seus invólucros. (...)

J.F.: Pronto. Aqui está. O bastão. O símbolo de Deus visto como homem; do máximo principio masculino... O símbolo do mago, da força; o símbolo daquilo que penetra o mistério. Talvez você queira imaginá-lo maior. E brilhante.

P.: Ha, ha, ha. Não, esta bem assim. Aliás, você tinha razão. Sua alma é mesmo muito interessante e atraente. E acho que não devia se preocupar com a sua forca mágica. Venha. Vamos para cama.

J.F.: Claro. Meu Deus, você é incrivel. É como segurar um bebê, ou uma nebulosa...

P.: Ou uma mulher?

J.F.: Sim, sim, também tem um pouco disso. Olha, tente não prestar muita atenção no quarto ou na cama, ta? A aparência não importa, e sim o significado disso tudo.

P.: É? E qual seria ele?

J.F.: O significado é o mesmo desde a era das cavernas. Segurança, calor... Imagine que um único quarto já existiu. Uma única cama. Imagine que foi aqui onde Paris e Helena se amaram. Onde Stalin, ou Leonardo, ou Eva Perón, foram concebidos, nasceram e morreram... E que aquele rasgo é Galileu. Aquela rachadura é Anne Frank. Aquela mancha é Kennedy, ou Monroe. Aquela mola solta? Oliver Hardy. E nós somos todos eles. E isto, este momento... É tudo.
Está vendo? É como o fim da busca pelo graal na ópera de Wagner... A lança, o bastão... Deve ser imerso no cálice. Masculino... Imerso... No feminino...

P.: Sim. Isso, ai mesmo.

J.F.: A força... Imersa... Na compaixão... Fogo... Imerso... Na água...

P.: Ah. Ah, ele desce... Tão fundo... Como... Como pode isso?

J.F.: Ele pode fazer isso porque a compaixão é... insondável. Infinita... Como a maré, como o vento. Como sua pulsação, como os raios-X emitidos por uma estrela morta. Indo e vindo. Aceso e apagado. Dentro e fora... Infinito. Um ritmo. Infinito. Você compreende?

P.: Aahh... Sim. Mas me explique de novo.
Promethea número 10 por Alan Moore
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Li essa edição de Promethea há um tempo pela Pixel Magazine. Agora já tá rolando um compilado com as primeiras histórias editado pela Pixel. A história original foi publicada pela America Best Comics, editora de Alan Moore (que não sei se existe mais), em 1999.
Definitivamente, Alan Moore é um roteirista do ca*****.
Watchmen que o diga!
- Quem gosta de quadrinhos levante a mão! ;)
Mais sobre a Deusa em:






segunda-feira, 1 de setembro de 2008


¨dança do universo¨


“A minha dança é a reza para a vida. O que me faz dançar é o sofrimento que eu carrego dentro do meu coração. A vida e a morte são inseparáveis, estão juntas dentro de mim enquanto eu danço, a vida é a reza, a fé e a dança é também a mesma coisa”.

...

“ A dança não se ensina. Ela está dentro de cada um de nós. Primeiro tem que analisar sua vida, quando entender sua própria vivência, surgirá sua própria dança”. (kazuo Ohno)

-Publicado no Jornal Dança Brasil - Por João Roberto de Souza

Foto: Kazuo Ohno por Frank Ward