quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

O preguiça boa que só!

O Carnaval já passou... Mas deixou uma preguiça retada!
(o mês passou tão rápido que nem num passe de mágica: plimmmmm!)

:)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Gracyanne e o seu tchakabum!



Tenho gostado de folhear a Playboy. O conteúdo é até bem escrito se comparado as revistas destinadas ao público feminino. Gosto das entrevistas, da seção de piadas, da indicação de livros e hqs (não gente, eu não compro, leio as do meu consorte! :)

A deste mês, a capa é da dançarina Gracyanne. O ensaio dela tá bonito, porque ela é graciosa. De repente, observando mais atentamente, me deparo com uma pulseira, bem brilhante, e nela escrito: "fuck me." Pronto! A frase já diz pra que veio.

A medida que a gente vai olhando essas revistas, acaba até se acostumando. Acha a mulher bonita e passa batido por um monte de coisa. Esquece que isso é péssimo para as pessoas normais (entenda-se as que trabalham, estudam, criam os filhos, etc). Afinal, quanto tempo essas mulheres gastam malhando? Quanto de silicone colocam nos peitos? Quanto tempo gastam fazendo bronzeamento artificial, tratando da pele, das unhas e do cabelo? Isso sem citar o papel degradante que reduz a mulher á mero objeto sexual.

Tudo bem minha gente, concordo que certa vaidade não faz mal a ninguém, mas deste jeito? Onde tudo é "muito", excessivo. Você tem que ser muito gostosa, muito peituda, muito bonita, muito magra, muito isso, muito aquilo! Muito, muito, muito!!!!!

Resumindo a história, sem me apegar aos outros contextos sociais imbutidos (e de maneira geral, não só me referindo as que posam para estas revistas, mas as que compram esses valores e se cortam inteira): para que diabos você serve? Ser uma gostosa ambulante e ser fu**** somente?

Moska, um personagem de Angeli (presidente do clube dos onanistas, hehehe!) diz que ele é contra essas revistas. Ao ser indagado por Luke, ele responde: - Você já pensou em viver numa sociedade feita de mulheres de plástico?

*Imagem: http://newsbox.msn.com.br/article.aspx?as=article&f=br-olbrent-entretenimento-nofilter&t=3780&id=4761410&d=20070213&do=http://newsbox.msn.com.br&i=http://newsbox.msn.com.br/mediaexportlive&ks=0&mc=0&ml=ma&lc=pt&ae=windows-1252

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Kaguya Hime



Há muito, muito tempo, existia um velhinho e uma velhinha, que viviam juntos numa casa no meio da floresta. Eles eram muito pobres e solitários, pois não tinham filhos para criar. O velhinho era conhecido pelo nome de Cortador de Bambus, pois, todos os dias, ele saía cedo para cortar bambus na floresta. Os dois faziam cestas e chapéus para vender e ganhar algum dinheiro.

Um belo dia, enquanto estava na floresta, o velhinho avistou um broto de bambu, que brilhava, com uma luz muito intensa. Ele ficou espantado, pois, em anos e anos de trabalho, nunca havia visto algo como aquilo. Muito curioso, ele cortou o bambu e mal pôde acreditar no que viu. "Uma menina, uma menina! Tão pequena e tão linda só pode ser um presente de Deus!"

Ele levou a pequena menina na palma de uma de suas mãos para casa. Ao ver a menina, a velhinha também ficou muito contente e eles resolveram que o nome dela seria Kaguya Hime (Princesa Radiante).

A partir daquele dia, o velhinho passou a encontrar outros bambus brilhantes na floresta. Mas, ao invés de uma menina, eles continham moedas de ouro. Assim, a vida do casal melhorou e eles não precisavam mais produzir cestos para sobreviver. Eles creditaram o milagre à chegada de sua linda filha.

Kaguya Hime crescia muito rápido e a cada dia parecia mais bonita. Em apenas três meses, ela já tinha o tamanho de uma criança de oito anos. Ninguém poderia acreditar que uma pessoa tão bonita pertencesse a este mundo.

Logo os comentários sobre a beleza da Kaguya Hime se espalharam e vinham jovens de todos os cantos do país para conhecê-la. Todos queriam se casar com Kaguya, mas ela não queria se casar com ninguém. "Quero ficar ao lado de vocês dois", dizia a jovem para seus pais. Mas cinco jovens nobres, de posições importantes, foram mais persistentes. Eles acamparam em frente à casa de Kaguya Hime e pediam uma chance a ela.

Preocupado, o velhinho chamou Kaguya e disse: "Minha filha, eu gostaria muito de ter você sempre por perto, mas acho justo que se case. Escolha um dentre os cinco rapazes que estão acampados aqui". Assim, a linda jovem decidiu. "Eu me casarei com aquele que me trouxer o objeto mágico que pedirei".

Um colar feito com os olhos de um dragão, um vaso feito com pedras dos deuses que nunca se quebra, um manto de pele de animal forrado de ouro, um galho que faz crescer pedras preciosas, um leque que brilha como a luz do sol e uma concha que a andorinha põe junto com seus ovos. Estes foram os objetos que Kaguya Hime pediu.

O velhinho levou os pedidos de Kaguya aos pretendentes acampados. Ele sabia que seria muito difícil conseguirem obter tais objetos. Qual não foi sua surpresa quando, ao final de alguns meses, todos os pretendentes trouxeram os presentes para Kaguya. Mas, quando eles foram obrigados a entregá-los a jovem, todos admitiram que os presentes eram falsos, pois conseguir os verdadeiros era uma missão muito difícil. E assim, nenhum deles obteve êxito.

Quatro primaveras haviam se passado desde que Kaguya fora encontrada no broto de bambu. Mas ela ficava mais triste a cada dia. Noite após noite, Kaguya Hime olhava para a lua, suspirando. Preocupado, o velhinho um dia perguntou: "Por que está tão triste minha filha?". "Eu gostaria de ficar aqui para sempre, mas logo devo retornar", disse a jovem. "Retornar, mas para onde? O seu lugar é aqui conosco, nunca deixaremos você partir", disse o pai aflito." "Este não é o meu reino, eu sou uma princesa de Reino da Lua e, na próxima lua cheia, eles virão me buscar".

Muito assustados com a reveladora confissão de Kaguya Hime, os velhinhos decidiram pedir ajuda ao príncipe do reino onde viviam. O príncipe ajudou e enviou muitos guardas para vigiarem a casa do casal. Um verdadeiro exército foi formado. No dia seguinte, a temida noite de lua cheia chegou. A casa estava tão vigiada que parecia impossível alguém conseguir levar Kaguya Hime. De repente, uma enorme luz surgiu no céu, como se milhares de luas estivessem presentes ao mesmo tempo.
A luz era tão intensa que ninguém conseguiu enxergar a carruagem que descia, guiada por um grande cavalo alado e muitas pessoas bem vestidas. Depois de algum tempo, quando a luz diminuiu, a carruagem já estava voando, em direção à lua. Kaguya Hime não estava mais presente, ela fora junto com a comitiva. Os velhinhos ficaram muito tristes, inconformados. Voltaram ao quarto de Kaguya e encontraram um potinho, presente da filha querida. Ela havia deixado um pó mágico, que garantiria a vida eterna para os dois.

Mas, sem sua filha amada, os velhinhos não queriam viver para sempre. Eles recolheram todos os pertences de Kaguya e levaram para o monte mais alto do Japão. Lá, queimaram tudo, junto com o pó mágico deixado pela jovem. Uma fumacinha branca subiu ao céu naquele dia. A montanha era o Monte Fuji. Dizem que até hoje é possível ver a fumacinha subindo e subindo.

Onde as japonesas reinam


"Era uma vez, um lugar chamado Swallowtail e lá, as japonesas reinam!"


Swallowtail fica em Tokyo e a priori é uma casa de chá, onde os mordomos recepcionam as mulheres dizendo: "bom dia, princesa!"Não, eles não estam tentando inflar o ego delas, e sim tratá-las como se elas fossem de fato princesas.

O café foi todo planejado por Yoko Otsuka, o treinamento de um mordomo demora 2 meses e livros de poesia encadernados em couro ficam a vista. Segundo a criadora não existem lugares assim em Tokyo e ela teve que criar usando a imaginação. Existe reserva para entrar e tempo de permanência estipulado em 80 mins. Aparentemente, o local é frequentado por otomes ("donzelas", que seria o feminino de otaku) , que vão vestidas como os personagens de seus animes e mangás preferidos (acredito que as góticas lolitas também fazem parte deste imaginário).

Bom a parte que realmente interessa vem agora: "... O Swallowtail dá as otome a chance de agir segundo suas fantasias - ou seja, ser uma princesa com um serviçal na hora do chá - , mas talvez haja algo mais básico por trás do sucesso. Tóquio é uma cidade dura, e pode ser ainda pior para mulheres. Sob pressão para obedecer ás regras e se casarem - o que frequentemente significa abrir mão de boa parte de sua independência - , elas enfrentam uma batalha diária contra o sexismo que ainda é comum no Japão, onde menos de 10% dos gerentes corporativos são mulheres. O café de mordomos pode significar para as otome o que o bar local é para o velho homem de negócios: um lugar para relaxar das pressões do mundo externo - e onde apenas membros do sexo oposto estão literalmente a seu serviço."*


Lugares como este vem proliferando no Japão. Acho a iniciativa uma maravilha. Mas, obviamente, estes lugares são uma válvula de escape.
Li, certa vez, que aumenta o número de mulheres que preferem ficar "pra titia" (odeio este termo) a terem que se casar.
Vejo fotos "fruits" e percebo que também é uma forma deles se sentirem menos reprimidos pela sociedade.


Por isso, minha imagem escolhida foi a da Princesa Mononoke (de Hayao Miyazaki). Não tem conversa, porrada neles! :)
*Reportagem da revista Istoé de 7 de Fevereiro - N. 1945