quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Onde as japonesas reinam


"Era uma vez, um lugar chamado Swallowtail e lá, as japonesas reinam!"


Swallowtail fica em Tokyo e a priori é uma casa de chá, onde os mordomos recepcionam as mulheres dizendo: "bom dia, princesa!"Não, eles não estam tentando inflar o ego delas, e sim tratá-las como se elas fossem de fato princesas.

O café foi todo planejado por Yoko Otsuka, o treinamento de um mordomo demora 2 meses e livros de poesia encadernados em couro ficam a vista. Segundo a criadora não existem lugares assim em Tokyo e ela teve que criar usando a imaginação. Existe reserva para entrar e tempo de permanência estipulado em 80 mins. Aparentemente, o local é frequentado por otomes ("donzelas", que seria o feminino de otaku) , que vão vestidas como os personagens de seus animes e mangás preferidos (acredito que as góticas lolitas também fazem parte deste imaginário).

Bom a parte que realmente interessa vem agora: "... O Swallowtail dá as otome a chance de agir segundo suas fantasias - ou seja, ser uma princesa com um serviçal na hora do chá - , mas talvez haja algo mais básico por trás do sucesso. Tóquio é uma cidade dura, e pode ser ainda pior para mulheres. Sob pressão para obedecer ás regras e se casarem - o que frequentemente significa abrir mão de boa parte de sua independência - , elas enfrentam uma batalha diária contra o sexismo que ainda é comum no Japão, onde menos de 10% dos gerentes corporativos são mulheres. O café de mordomos pode significar para as otome o que o bar local é para o velho homem de negócios: um lugar para relaxar das pressões do mundo externo - e onde apenas membros do sexo oposto estão literalmente a seu serviço."*


Lugares como este vem proliferando no Japão. Acho a iniciativa uma maravilha. Mas, obviamente, estes lugares são uma válvula de escape.
Li, certa vez, que aumenta o número de mulheres que preferem ficar "pra titia" (odeio este termo) a terem que se casar.
Vejo fotos "fruits" e percebo que também é uma forma deles se sentirem menos reprimidos pela sociedade.


Por isso, minha imagem escolhida foi a da Princesa Mononoke (de Hayao Miyazaki). Não tem conversa, porrada neles! :)
*Reportagem da revista Istoé de 7 de Fevereiro - N. 1945

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